sábado, 24 de abril de 2010

Realidade


A realidade me chama a toda hora mas nem toda hora quero vê-la, sequer conversar.

São muitos os assuntos e ela me puxa as orelhas desta vez e é sentindo o bafão na nuca dos fatos em revista, que me lanço no alfabeto.

Tomara que ele me ajude a exorcizar esta missão de letras compostas que poderão me maldizer por aí.

São histórias acenadas por tantos como eu metidos a confinar em verbos suas opiniões. Não será diferente comigo e então, vamos lá ver o que estas mulheres estão me assoprando sem parar.

Mulheres limitadas em um só ideal e este parece, terá de ser para sempre. Ou quase. Não são poucas as que vejo sem um horizonte diferente do seu par não conseguindo se enxergar sozinha sem o distinto. E este, ai meu deus, pode ser qualquer um. Melhor que seja, pois assim não precisará pensar em fugir, nem vislumbrar novas cenas, acontecimentos inesperados, contornos jamais vistos.

Preferível ser um “imediato” em prontidão buscando alhures todas as desculpas que consolidam sua frágil confiança, servindo apenas para responder a si mesmas. Um ofuscamento em dupla pode solapar uma vida. Ou muitas.

Sem liberdade de ser única. Ser de si para si.

As mulheres são as tais para levar um conjunto no arresto, mesmo que não pareça de imediato que este seja o ideal. Não tem porem, o gênero feminino é da luta do grupo, é da ânsia do ter todos em um, mesmo que o apinhado não seja dos mais ditosos. Não importa se é bom ou ruim. É o que elas têm. E isso basta.

Muitas mulheres são famintas do alimento que as empobrece.

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