Escrever para viver e viver para escrever. A inspiração é o meu objeto de desejo a cada amanhecer e assim minha alma fica fortalecida no encontro do silêncio e da natureza marítima. Leiam com bons olhos! Mail para contato: verarenner43@gmail.com vera renner
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Conversas de praia
Impossível não me atirar a falar do verão gaúcho e das milhares de famílias que superlotam casas, apartamentos e o que mais houver.
Em qualquer classe social tudo fica “over” aqui onde o calor nunca é moderado. Não vem para aquecer nossas entranhas congeladas, nossas feições retorcidas e pele craquelada do inverno. Vem para nos torrar mesmo.
Neste ponto do Brasil, o sol nos devassa ultrapassando todos os níveis de exposição maléfica. A invasão das praias esquenta emoções distorce opiniões resultando em total falta de assunto relevante.
Tomei o cuidado de em minhas caminhadas, passar devagar pelos grupos, casais ou comadres para ouvir-lhes os assuntos.
Invariavelmente versavam sobre observações da rotina da casa superlotada e de, claro, críticas e falatórios de todos envolvidos num julgamento de tudo e de todos. Dos agregados, da vizinhança e que tais.
Fico pensando na satisfação humana em falar do outro em conversas sem fim e que não levam a caminho nenhum. Na praia, parece ser o assunto da hora.
Claro, gente empilhada no calor, entubada na cerveja e sol na moleira, só pode dar nisso.
Nos espaços pequenos, comuns na praia, se vê a mobília do lado de fora do apartamento uma vez que todos no mesmo espaço não caberiam.
Nas mansões as garagens e entorno são tão imensas para que possam demonstrar os tantos carros e o poder daquela família. As vezes, tudo penhorado, na mira da busca e apreensão. Mas, aparentar nestes núcleos é a ordem.
Enfim, o verão do sul demonstra muitas coisas. Nem todas bacanas. Mas quase todas hilárias, é verdade.
Verãozão no litoral norte.
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