domingo, 13 de dezembro de 2009

Eu não consigo



A expressão “eu não consigo” tem me visitado muito, ultimamente.

Para meu total desagrado é claro. Quem quer ouvir ou pensar neste termo? Ninguém. Bate na madeira três vezes.

Verdade seja dita, se alguém, hoje em dia ousar falar a dita cuja expressão é carta fora do baralho, não quero nem ver o que tem o infeliz pra dizer.

Desgraçado que não consegue.

As aceitações para tudo proliferam na vida doméstica e profissional, nos mantendo alertas e sagazes na solução e resolução de tudo.

Rapidamente porque a vida não espera. Nem permite.

E as variantes vão acontecendo com nosso esforço hercúleo na dominação. E pensamos estar super corretas, porque, afinal, ficar à deriva não favorece nossa carreira, nossa família, amores e amigos.

Estou aqui trocando orelhas com o tal do “eu não consigo”. Tão criticado.

Me rebelei, só para variar de mim mesma que sou fora da casinha, muitas vezes.

Estou pensando que a expressão é de uma profundidade inequívoca e também de um raro recurso.

É maravilhoso dizer “eu não consigo” com toda a veemência, com a certeza de ser incapaz.

Seja de enfrentamento, de descarte ou de encontrar.

Então, resolvi:

Enfunei as velas da minha vida e aproveitei o vento!

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi Vera,
Cada vez mais admiro teu jeito de escrever, às vezes me identificando totalmente, outra me fazendo refletir, e sempre fica uma palavra, um pensamento para fazer parte do meu dia dia.
Bom início de semana, Carmen.

Anônimo disse...

OI BOM DIA VERA.

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