sábado, 7 de novembro de 2009

Voar ... Seja como for


Amo andar de avião. Me acontece um super frisson que saio de mim na véspera.

Parece que estou entrando em outra vida, que deixo esta para atrás.

Sempre vou de salto alto e olho tudo de cima, e só para cima! Nada de ficar olhando para o chão, desenganada da vida com medo de tropeçar. E cair.

A vida vai aos ares agora, nas turbinas de um Airbus. Embaixo, tudo pequeninho. Como a vida da gente, apequenada pela rotina.

Eu fico achando que tudo é muito pouco e de agora em diante virão as melhores chances porque estou no alto. Outros ares. Outras faces. Outras paisagens.

Deveria ser sempre assim. Voltar nosso olhar para cima, planar em esferas superiores, com o espírito preparado para as piruetas da aeronave – nossa alma.

Esta alma de quem descuidamos, muitas vezes, migrando para planetas ordinários com arredores infames.

Chega de entorno. No avião não temos lado para olhar. A perspectiva do mundo está ali aos nossos olhos e envolta no infinito.

É bom planar nos céus. Acalma o delírio e a insensatez.

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