segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Aqueles dois


Fico passada ao ver aqueles dois nos arrulhos.

Os olhos não são de comuns mortais cuja retina vaga alhures, desanimada e sem graça permutando de faces que se encontram ao redor.

São olhos adentrados na alma um do outro. Olhos casados em azul e negro que buscam desesperadamente descobrir segredos e o amor, ainda inconfesso.

Magnetizados pela luz da íris e a inconsistência do espírito lá vão aqueles dois sem conseguir fugir um do outro.

É como uma fossa profunda que mesclada de cobalto e preto na superfície, as estrelas cintilam e mostram os vários caminhos, que aqueles dois ignoram, no entanto.

Parece a eles que existe um só caminho, um só destino, uma única conseqüência: os dois em si.

Não sei se aqueles dois somos nós, ou se nós somos aqueles dois.

4 comentários:

Anônimo disse...

Bom dia Vera!

Linda crônica.

Você já leu "O Olhar"? é um livro publicado há um bom tempo, mas nele é dito exatamente o encanto que mostra em tua crônica.

Parabéns mais uma vez!
Lélia Lima

Anônimo disse...

Amei teu blog!
Juçara Silva
beijos

Anônimo disse...

eu estou lendo suas crônicas, mas Vc sabe eu sou meio selvagem, custo a captar o que Vc escreve, mas o que eu consigo entender eu acho lindo muito profundo, prometo que vou me empenhar para poder captar tudo que Vc escreve, Beijos que Vc tenha uma feliz e proveitosa semana.
Beijão
Paulo Nunes

Anônimo disse...

Suas crônicas me acalmam... adoro!

beijos

Rose Pinheiro

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