sábado, 15 de agosto de 2009

Depois...é tarde!



A desvairada rotina nos suga da cama e nos joga no mundo tal como rolha de champagne arremessada em desvario.

Este é o inicio da vespertina manhã de nossas vidas.

Sem pensar, vamos aos apontamentos do dia e qual robôs, damos conta de tarefa após tarefa. Tudo no lugar, momento e timbre.

E vamos vivendo a hora, dia, mês e ano seguintes. Nada mais é agora.Tudo é depois. Nos tornamos almas penadas do tempo. Sonhando e fazendo o que ainda nem chegou.

E a vida de hoje, onde será que nós a fomos colocar? Ela não tem espaço nem para emoção porque também resolvemos não chorar agora. Choro depois, em casa, e o choro é engolido porque agora também não dá tempo e lá vamos nós a fazer bolhas na alma.

Não temos mais tempo para observar os amores em volta, querendo te laçar. Parece que uma aventura romântica está fora de lugar nesta rotina. Tantos impedimentos na mente mas o pensamento, voa livre! Será?

Não há escusas para repelir o prazer e alegria que um encontro – mesmo fortuito – pode proporcionar. Mas, todas as leis de boa conduta imperam no teu cérebro e evento após evento, rejeitamos o amoroso, sem trégua nem remorso.

Nosso coração jaz morto, coitado, de tanto ser açoitado pela dona sem compaixão.

Só mesmo a doidera de uma vida em saltos para não enxergar as paixões acontecendo, e você, deixando-as de lado.

Dizem que a vida é uma dádiva divina. E dela não aproveitam os pobres mortais. Por viverem o amanhã. Urgente é o nosso tempo.

Onde você estiver, não se esqueça de mim...

2 comentários:

Anônimo disse...

Trata-se de sua obra prima.

Parabéns!



Auri Rodrigues

Diretor

Anônimo disse...

este texto.... já liga a minha germânica desconfiança sobre os sentimentos em excesso.


Não que haja nada em excesso no texto - pelo contrário.


Pode ser porque eu o li em sequencia de um texto fenomenal.


Podes ser porque ele tenha escorregado, perdido o tom, (mas não estou certo de que isto tenha ocorrido).


Mas (sarcasmo irlandês) convenhamos que ele cairia bonitinho num editorial da Revista... Nova (Caras ?) .....


Também não saberia dizer qual a saída --- quem criou a confusão foi voce;

Kisses !

Paulo Francis

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