O talco já foi vedete de perfumaria anos atrás, com direito a muitos rótulos suaves, em embalagens cilíndricas de latão que vendiam pele macia e aveludada se usássemos o produto. Fragrância de orquídeas, de rosas e alfazema, um luxo. E o talco do nenê, com perfume tão característico que até hoje se diz: “tem cheiro de bebê”..Veio daí, do talco.
As partículas diáfanas se misturavam com o vapor do chuveiro quente e os bebês saiam envoltos em suas fraldas de tecido cheias de bichinhos e as vovós com seus vestidinhos floridos de verão. O talco iluminava a pele de velhos e jovens. Sem distinção e sem vergonha.
Nem sei bem porque o talco ficou fora de moda. E foi para uma moda nada bacana, por exemplo, para evitar frieiras. Pó Pelotense..quem não conhece??
De qualquer forma a fama do produto caiu e eu fico pensando que pode ser porque o clima está virado, nossas peles se ressecam com tudo, com o vento, com a chuva, com o frio, com o calor, com o suor em demasia! Enfim, as intempéries do mundo moderno acabaram com a magia de se polvilhar os corpos maduros ou tenros com talco.
E veio a era do creme, sepultando para sempre, no meu entender, o Talco.
Escrever para viver e viver para escrever. A inspiração é o meu objeto de desejo a cada amanhecer e assim minha alma fica fortalecida no encontro do silêncio e da natureza marítima. Leiam com bons olhos! Mail para contato: verarenner43@gmail.com vera renner
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