A lambança, termo bem antigóide que relembra lavação de roupa
suja e que muita vezes é – ou era – usada para cornetear desavenças políticas
tem tido uma versão que eu chamaria “da hora”. O e-mail.
Bela ferramenta essa que nos aprisiona em uma cadeira com os
olhos cravados na tela, dedos fincados no teclado jorrando freneticamente o
conteúdo que ao ser enviado não tem volta. Sem arrependimentos, portanto.
A ferramenta de comunicação que nos une a muitos e poucos,
dependendo de como nos comportamos com ela, é uma arma poderosa de lambança
porque a palavra escrita é lida e interpretada de maneira única e singular por
cada um de nós.
Então veja lá com que vírgulas vais separar tuas idéias e que
sina vais dar a pontuação que divide tuas frases. Não vá apartar o certo do
errado nem acrescentar algum assunto mal visto que poderá levantar suspeita,
porque a suspeita é a amiga íntima da paranóia que derruba amizades, grupos e
comunidades.
A comunicação deveria servir para aproximar pessoas, porém,
se nem a conversa o faz, imagine palavras digitadas em maus momentos quando a
tela recebe letrinhas enredadas umas nas outras sem reclamar da agitação.
E lá vem o receptor da mensagem com a cabeça virada ler o que lhe chegou.
Justo naquela hora que estava relaxado e contente, feliz e
agradecido pelo dia findo, lhe chega de sopetão: a cobrança da conta esquecida
no fundo da gaveta, a doença de um amigo querido, uma reunião bem chata na
sexta-feira, a previsão de chuva no feriadão, um aviso de banco que é vírus,
uma citação do Serasa impossível, uma sugestão de namoro de alguém que nem
conheces, um comentário anônimo no blog.
Um vírus humano que não tem cura.
Escrever para viver e viver para escrever. A inspiração é o meu objeto de desejo a cada amanhecer e assim minha alma fica fortalecida no encontro do silêncio e da natureza marítima. Leiam com bons olhos! Mail para contato: verarenner43@gmail.com Vera Lucia Renner
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domingo, 13 de novembro de 2011
Lambança
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