quinta-feira, 20 de novembro de 2025

Rastro

 


Eu não entendi direito porque soava aos meus ouvidos com tanta insistência aquele palavrório intempestivo e que feria meus ouvidos, acredito por mal compreender ou simplesmente por entender o desentendimento do pensamento que se jogou sobre mim como se eu estivesse surda para o mundo, para o descalabro e mais ainda, como se eu não soubesse diferenciar o que se coloca incompreensível.

Resolvi que dali eu me evadiria com passos firmes porta afora mesmo que em dias de hoje minha passada possa facilmente titubear, mas, acreditei que eu teria a força da indignação a me apressar correndo para o meu lugar de sempre e mergulhando nos mil alfarrábios que me cercam. Não pense que fui buscar sinônimos para aquele destempero verbal contumaz. Fui em busca de alguma compostura e aceitação arredando a fala que não pertence a mim ouvir.

Fui me acomodar frente ao meu melhor amigo, o Mar, que sempre me recebe bem, mesmo que esteja tão ou mais agitado do que eu. Descartei tudo o que poderia me influenciar para minha própria defesa e com este intuito iniciei a minha fala, esta sim com todos os efes e erres acomodados sob o teto do verossímil, este nobre senhor que não me deixa nunca em maus lençóis mesmo que eu escorregue frequentemente para histórias inventadas.

Ao assentar frente ao gigante da natureza que jamais descansa comecei uma conversa extensa porque ele vociferava muito e eu necessitava que ele me ouvisse. Em seguida eu aprendi como utilizar a força de um acontecimento para apagar seu resultado e assim eu, como ele, levantei minha onda de desagrado e a joguei em frente apagando os percalços com maestria sem deixar rastro.

 

 

 

 

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