É sempre a mesma coisa quando
o vento resolve varrer o lugar carregando o que pode para lugar nenhum, tirando
quem tem poucas raízes na terra deixando, muitas vezes, jogado em algum canto
ignorado. Segue vez ou outra brincando de empurra-empurra mirando em quem anda
em falso, não enterra suas raízes nem aqui nem lá, e assim, com a sola do pé
fora do chão, facilmente se transforma em algo volátil, seja de atuação na face
da terra, seja no espirito.
Eu sempre tenho a tentação de
pegar carona nas asas da tormenta apenas para descobrir o quão profunda é a
raiz da minha vida que tenho tido o cuidado de manter sob o chão escolhido,
portando amarras invisíveis para que eu possa livremente manipular minha
caminhada com segurança. Para mim faz todo o sentido conhecer a profundeza dos
tentáculos que eu mesma coloquei para poder com paciência fazer a melhor
escolha e rumar em frente, claro, volta e meia olhando para trás e para dentro.
Neste dia enfarruscado me
senti influenciada pela ventania, fiz um reforço ao pé das minhas vontades com
um laço de fita com a intenção de impedir que qualquer uma delas se desgarre de
mim. Tenho para mim que o destino, sempre invisível, se encontra no meu entorno
observando meu comportamento, me provocando, muitas vezes fugindo da minha
intenção, apenas para me distrair ou confundir. Nunca abro mão de rever minha
intenção porque certamente haverá um momento de revisão em que serei tentada a
desaparecer com um pedaço de mim mergulhando para dentro da minha raiz, porém,
certamente não será durante a tempestade que aparentemente está tentando
libertar o que já estava escrito.

Um comentário:
Maravilhoso
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