Não tenho tido coragem de
fincar o olho nas histórias que me perseguem pelo simples fato que não as tenho
bem a vista, talvez porque ando emburrada para o novo, pode ser que a minha
paciência feita de bons modos, de sorriso singular e olhar de peixe morto há
muito se extinguiram dentro de mim, quem sabe o meu sexto sentido desistiu de
me acompanhar e muitas outras atitudes que acabei deixando para trás por
rebeldia, esquecimento ou má vontade mesmo.
Prefiro levantar a cabeça e
caminhar pelos mesmos caminhos sem olhar para o chão, mesmo correndo o risco de
entrar na porta errada ou seguir outro rumo qualquer em completo desaviso. Eu
não me importo com isso porque se ando de cabeça erguida imagino que não vou
bater minha testa em nada que possa me machucar ou levar uma pancada tão forte que
faça com que eu me importe com o que deixei de lado.
Com este estado confuso que eu
mesma coloquei dentro do meu pensamento acabei percebendo que, de certo modo, existe
uma possibilidade legítima de reiniciar a trajetória dos contos e colocar
novamente o titulo antigo do “Era uma vez”, que, certamente anda oculto no baú
da inspiração por ter sido simplesmente soterrado do pensamento criativo apesar
de ser ele o início de tudo. Sempre.
Decidi que hoje vou iniciar
uma estória utilizando o título “Era uma vez” tendo a absoluta certeza que os
olhares estarão apontados para este novo assunto - que é velho - espelhando no
relato a pitada de fantasia necessária para que se obtenha com a leitura do
dito uma sensação de que o complexo entendimento se inicia com a audácia do
“Era uma vez”.

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