quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Era uma vez


 

Não tenho tido coragem de fincar o olho nas histórias que me perseguem pelo simples fato que não as tenho bem a vista, talvez porque ando emburrada para o novo, pode ser que a minha paciência feita de bons modos, de sorriso singular e olhar de peixe morto há muito se extinguiram dentro de mim, quem sabe o meu sexto sentido desistiu de me acompanhar e muitas outras atitudes que acabei deixando para trás por rebeldia, esquecimento ou má vontade mesmo.

Prefiro levantar a cabeça e caminhar pelos mesmos caminhos sem olhar para o chão, mesmo correndo o risco de entrar na porta errada ou seguir outro rumo qualquer em completo desaviso. Eu não me importo com isso porque se ando de cabeça erguida imagino que não vou bater minha testa em nada que possa me machucar ou levar uma pancada tão forte que faça com que eu me importe com o que deixei de lado.

Com este estado confuso que eu mesma coloquei dentro do meu pensamento acabei percebendo que, de certo modo, existe uma possibilidade legítima de reiniciar a trajetória dos contos e colocar novamente o titulo antigo do “Era uma vez”, que, certamente anda oculto no baú da inspiração por ter sido simplesmente soterrado do pensamento criativo apesar de ser ele o início de tudo. Sempre.

Decidi que hoje vou iniciar uma estória utilizando o título “Era uma vez” tendo a absoluta certeza que os olhares estarão apontados para este novo assunto - que é velho - espelhando no relato a pitada de fantasia necessária para que se obtenha com a leitura do dito uma sensação de que o complexo entendimento se inicia com a audácia do “Era uma vez”.

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