Maria Tereza resolveu que
neste dia teria a árdua tarefa de buscar uma preciosidade que foi muito bem
guardada em um antigo cofre de madeira e, que ela conservava desde há muito
tempo. Desdenhou a relíquia durante os últimos anos por simplesmente não
acreditar que o guardador de mistérios que ali estava depositado tivesse algum
poder sobre seu destino. A peça, portanto, estava no sótão, em um canto de
difícil acesso, com muito pó e teia de aranha.
Maria Tereza, nos últimos
tempos, caminhava em uma linha tênue em que ela, propositalmente, colocava na
sua frente o assunto que merecia sua atenção e buscava escolher aquele que
desse a ela a lisura do qual sua mente precisava, fosse a fantasia que fosse que
lhe tenha sido assoprada. Não estava
sendo fácil uma vez que a chave que possuía para abrir o assunto do dia muitas
vezes emperrava e, mesmo com muito esforço, sua mente se trancava em si e naturalmente
navegava por caminhos desastrosos.
Desta feita Maria Tereza resolveu
destravar o espírito e liberar o seu maior conselheiro, aquele que se imiscui
dentro do seu íntimo, incentiva a lucidez que não empana sua palavra e se
mostra receptivo em relação a sutil artimanha da história contada com efeito mágico
na interpretação. Cansada, mas animada com a decisão, subiu a escada que rangia
como um choro antigo sobre seus pés e abriu o baú antigo de lá retirando a Chave
de Ouro que veio libertar seu desejo e, na sequência, ao virar a chave de sua mente
enxergou com clareza a página virada simbolizando uma mudança, uma abertura e
um fechamento.
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