Não pensei duas vezes naquele dia quando resolvi reunir todas as alternâncias que andam passando na minha frente em um único modo de vida jogando o conjunto em uma bonita caixa em formato de coração, acertei o seu destino no aproveitamento do clima invernal e deixei-o ali, figurativamente congelado. Após isto feito sai por ai de short e chapéu de palha aproveitando o verão que se instalava quente e amistoso junto à minha capacidade criativa e inventiva do caos.
Os tormentos da friaca da alma vão desfilando com audácia frente a mim quando a temperatura baixa e castiga do velho ao bebê ou vice versa, mas para mim que navego mais para lá do que para cá, começo com o antigo para depois pensar no mais novo.
Voltando à caixa em formato de coração jogada no gelo é necessário precisar o que foi que ajuntei em um rol, passei laço de fita e joguei ali dentro, não sem antes ter certeza de que um dia quem sabe com sol escaldante eu liberte o que foi ali parar em ato de rebeldia tardia.
Ali depositei sem pestanejar
as minhas dores que ingratamente me acompanham mesmo que eu peça redenção,
perdão, desculpas, o que for mais pertinente. Não há meio de não se
enrabicharem a mim como se fosse um musgo em tronco antigo, como se fosse pedra
no caminho, como se houvesse a certeza de que eu as receberia de bom grado. A
caixa cheia de aflições foi fechada e colocada na caixa de gelo pelo simples
fato que não existe serventia em remoer o sofrimento.
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