Está tudo ali, mesmo que eu não possa – ou não queira - enxergar, estão dispostos na minha frente de forma bem calculada, com uma aparência desordenada parecendo forçar uma impressão, talvez imaginando que eu consiga de alguma maneira esquecer-me da ordem das coisas, que eu possa também desconsiderar que elas continuam ali, na espreita, me olhando sem compaixão divertindo-se do meu alheamento congelado no tempo e espaço.
Elas todas se penduram querendo chamar a atenção distribuídas de forma bizarra misturando os assuntos com o pano de fundo exagerado na figuração se coloca sem alternar relevância com a intenção de me confundir. Meu coração anda economizando pulsação talvez por estar cansado, relapso no bate bum de todo dia que se repete meramente por ainda lhe restar um sopro. Apenas um.
A demonstração desta imagem
tem muito a me dizer sem que seja necessário palavras bonitas, vãs e figuradas
se adonando do assunto mesmo que eu as repila com veemência porque por ora, o
que me vem à frente seja de agora ou de ontem não tem mais importância. Na
verdade nem o que virá depois me compete pensar, imaginar ou agir. Vou ficar aqui
parada até que esta imagem se dissolva na minha frente por falta absoluta de
interpretação por um descaso contumaz que me acomete volta e meia.