O numeral resolveu me acompanhar de perto agora que ando somada e cercada por números de todos os formatos, design e sonoridade parecendo que eles capricham ao me abordar por justamente saberem que são importantes neste contar disfarçado que realizo todos os dias me divertindo muito, uma vez que manipulo à vontade a marcação diária fazendo com que se ajoelhem a mim, eles, ponteiros do dia que não me comandam e não me fazem assentir de maneira nenhuma às suas marcações.
Agora, os 70 passado - tão afamado e incensado – resolveu por força do andar da carruagem do tempo vir acompanhado de mais um, e deste jeito passo a analisar todas as novidades que ele trouxe em seu bojo para verificar se de verdade andou, se rastejou, se acomodou ou se veio sôfrego para alcançar a meta da soma. Abstive-me de tentar trair a torcida que eu repetiria os 70 porque achei que ele veio com muita calma e beleza e me deu alegria, olhei novamente para esta idade que me deixou brejeira por um dia, mas me dei conta que nem no papel eu poderia trair a mim mesma e então decidi fazer a soma. São mesmo “70 + 1”.
O “70 + 1” escolheu o oceano
para vivenciar o dia a dia que se adicionava, não se afastando nem um milímetro
desta natureza profunda que, muito pródiga, acatou todos meus pensamentos e
minhas falas solitárias assim como recebeu de bom grado as minhas lágrimas, que,
de certo modo, tem vida própria indo e vindo ao sabor da vida que acontece por
dentro, por fora e ao redor da minha alma. Além delas as conversas de si para
si que acontecem no pé ante pé das manhãs, no areiame que, em conjunto com o
som bravio do mar arrefece arroubos acontecendo o orquestramento das historias
mal contadas. Cheguei ao final somado respeitando minha promessa de a partir
daquele ano atrás, tudo se acomodaria em um lindo colorido da cor do mar.