O clima avisa que a mudança tem que vir e rápido para não ser responsabilizada por prender o frio entre quatro paredes e negar à natureza que se transforme de gelo em flor distraindo assim a fauna e a flora que estão sempre de olho no frio, no calor e no mais ou menos, que, aliás, não é simpático a quase ninguém. Do meia boca nunca sai nada que preste. Parece.
E assim o vai e vem dos dias segue seu ritmo emburrado não querendo ceder à chantagem da temperatura que tem a intenção – apenas ela por enquanto – de subir alguns graus para que deste modo possa se distrair com a parafernália que a natureza se impõe frente à mudança de estação.
A primavera, que anda custando a dar as caras, quer ouvir a explosão de vida que a natureza proporciona para assim alegrar seus dias e poder mudar as trilhas que abrigaram passadas lentas e pesadas, que arrastaram correntes de tremor de frio e olhar apagado apenas enxergando o trafego perigoso do acontecimento de tempestades de todas as origens.
Por fim, fui dar uma olhada
na beira do mar e por lá a frigidez transborda das espumas da maré para lavar
as areias fustigando a bicharada que se evadiu para os cômoros na intenção de
somente dali sair quando o sol aparecer com força de verão, o que não deixa de
ser uma temeridade, mas como o mundo dos bichos só acontece no vai e vem do clima,
sentei por ali, na espera. Um dia o inverno decide – por fim – dar passagem a
Princesa do tempo, a Primavera, que por ora está se aprontando...