Já faz um tempo que minhas passadas pela
realidade se revezam por um caminho aleatório procurando desvios que não toldem
os ares em demasia e que me aponte com leveza os fatos, ocorrências e o que
mais se atravessar em minha frente. Não quero me dar ao trabalho de torcer o
nariz para o descaso de qualquer um e então marcho com meus pés alados por
entre tudo o que percebo em âmbito geral. Ando determinada a enxergar tudo por
um canudo.
A lente diminuta a que me permito fazer
observações deixa de fora o excesso da grande maioria de flechadas com ponta
envenenada que circula por ai sem destino, apenas aguardando um alvo
desavisado. Assim é o modo escolhido para enfrentar as ocasiões em que meu
coração se aperta muito e me dou conta que se tudo chegou até ali deste jeito
arrevesado, talvez pouco ou nada se possa fazer. Dizem as – más – línguas que nunca
é tarde para passar uma borracha na parte podre que se apresenta e seguir com a
cara à banda na tentativa de redimir-se em seguida. Pelo sim pelo não prefiro a
discrição e a parcimônia ao organizar fortes aldravas frente à desdita.
Porém, não posso deixar de observar com
discreta euforia o aumento da temperatura da minha alma com a possibilidade de
desanimar o destrato que vem de fora para me abater, se fortalecendo de tal
forma que acabo me sentindo um ser praticamente transparente e inócuo frente ao
inimigo rasteiro que - como urubu em carniça - fica assombrando a mente com
assuntos do pior calibre. Quem diria! O patamar do desprezo curador estava logo
ali, depois daquela curva do destino.
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