O céu se avermelhou de tal maneira que pensei
que iria pegar fogo tal a sua fúria, e, deste colorido intenso o sol surge
parecendo que também iria transformar em chamas seu entorno. No lado oposto, um
auspicioso arco-íris marcava os céus com sua palheta de cores, mostrando de
certa maneira, que o dia que nasceu hoje, não é igual ao dos últimos tempos.
Não precisei sequer pensar duas vezes para
ter conhecimento rápido do que este dia significava, porque por mim ele era
esperado com nervosismo, parecendo que o período da reunião de demais nunca
fosse acabar. Agradeci a luz do dia que veio com todos os seus milagres
reverenciar um período em que a rotina toma à frente e assim baixam-se as
cabeças que se comprometem em fazer da vida aqui uma alternativa que não
confunde alegria e folga com desordem.
As mãos, mais relaxadas, terão tempo e calma
para retomar suas ferramentas de trabalho que vai variando entre uma enxada,
uma vassoura, um teclado, uma pá, um telefone, um microfone, um carro, um
caminhão, uma bancada.. Junto a esta retomada dá-se início aquelas conversas bobas
sussurradas, que vão oxigenando os dias e que de tão suaves não atrapalham de
modo algum o silêncio da natureza, que ora se impõe.
As ruas recebem a circulação das vans
colegiais, os carros que todos os dias, no mesmo horário, se deslocam para o
trabalho e da mesma maneira e mesmo timing, retomam a tarefa. Dá para perceber
quando alguém está mais atrasado, ou imaginar que adoeceu porque não passou
naquela esquina. Com a mesma intenção o mar baixou muito de nível e suas ondas
estão tão pequenas que beijam a praia com languidez. O horário comercial volta
a civilidade para que as famílias possam ter um interregno mostrando que existem
lugares simples que consideram o tempo precioso demais e assim o reverenciam
dando-lhe espaço de honra nas ocupações mais comuns. Uma população que hiberna no acalorado clima
que atrai os humores sem regras da massa.
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