Era para ser antes e não depois, era para vir
na frente e não atrás, era para servir de apoio e não de algoz, era para
melhorar a vida, não piorar, era para acrescentar e não diminuir era para
qualquer coisa, mas não para o que veio. E assim se faz a preparação para
receber o dia a dia.
Amanhece sendo um dia lindo, porém as botas
de chuva estão na soleira da porta, porque assim se anunciou de véspera e deste
jeito o clima é mais um a trair sua fala e então se desfaz uma arrumação e o
que era uma certeza vira uma dúvida que se aniquila com a própria realidade.
E com o jeito que as coisas estão nada para
por aí, o mar que foi dormir quase vazio de tão liquido amanhece tão alto que
se suas ondas estivessem próximas lamberiam seus pés com certa audácia, os andadores
de ondas se assustariam, os peixes ficariam desacorçoados de tanto movimento em
águas e as areias mudariam de lugar corridas pelo vento que anteriormente havia
se colocado como ausente.
O sol se pôs prometendo mundos e fundos para
o dia seguinte aos praianos de sempre e aos de vez em quando, e é com essa sina
que se acorda bem cedo e vai ver o tempo prometido e que não foi entregue.
Grossas nuvens pairam por sobre todas as cabeças e deste jeito dá para ver com
certeza que o Deus Clima acordou de maus humores e voltou atrás no prometido. Vai
ver que os ciclones e seus amigos se reuniram no extremo sul e resolveram ver
desfeitas as expectativas simplórias dos moradores da costa que nem bem abriram
os olhos e lá estão fresteando a natureza, mãe de todas as suas horas.
Talvez os nossos olhos que ao se mostrarem ávidos
por mais paz se veem em conluio com nossa mente que ao entardecer suspira por
ventos mais fracos, chuvas que apenas borrifem as gramas, que o céu não arrombe
nossos ouvidos já um tanto moucos e que nosso sorriso de toda manhã bordeje
nossos lábios sempre. São apenas desejos que a impermanência de tudo contesta
vez ou outra.
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