Era sabido que de alguma
forma poderia ir e ficar, para sempre, afinal, o lugar escolhido nem era longe.
Mas foi necessário mergulhar em entranhas estranhas, e, por um bom período não
sair dali. Submergir e emergir com tanta facilidade dá-se a conta de parecer
não ter feito outra coisa na vida, e sempre aparecia um novamente.
Foram tantas as feridas, que
ficou difícil saber por onde começar a costura. Se em algumas delas colocasse
algo bem ardido talvez cicatrizasse para sempre e não se teria mais acesso
àquela informação, podendo sucumbir para sempre uma inspiração, uma
necessidade, uma tristeza súbita, luzes, um crepúsculo ou um raiar do dia
glorioso e cálido.
O íntimo com tantos veios em aberto é solidário e garante o
conteúdo como se fosse um cofre imenso de onde se pode retirar, a qualquer
momento, uma cura, uma gargalhada, um motivo.
Por outro lado, o enjoo flutuante,
seguia um ritmo cadenciado em ondas suaves, acompanhando de certa forma o refletir
irrelevante e, ao mesmo tempo, empurrando para conclusões já cristalizadas no
ar, como se fosse mágica feita para não sumirem. O ar rarefeito dava o ritmo,
ambientando as decisões.
O entorno se modifica como
se fosse uma mente indômita que não se cansa de querer ser outra, ou,
simplesmente poder ser diferente do que é. A névoa do pensamento insistente sublevado
a outros tantos, não foi empecilho para enxergar clareza ali adiante. Um
emaranhado de propósitos e de soluções. Tantos remédios para uma doença só.
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