O projeto, nas entrelinhas, se apresentou de repente, tão
de repente que o formato das coisas já assentadas se mostrou em uma desordem
incomum para quem já havia percorrido e superado tantos caminhos. Mas parecia,
assim, num olhar mais acurado, que talvez pudesse vir a ser uma situação onde vazios
seriam preenchidos e lugares compartilhados com possibilidades infinitas de
rearranjo e de substituição.
Desta forma a caminhada iniciou-se, um pouco afobada no
começo, porque logo surgiu a dificuldade de montar o quebra-cabeça que se
compunha de várias circunstâncias, algumas mais pesadas, outras obtusas e muitas
delas em situação tão irregular que custava a crer que fosse se encaixar no
movimento conjeturado.
A estrutura desmontada e esquecida roubava a cena cada
vez que se apresentava, uma vez que a intenção era refazer caminhos perdidos,
conectar sentimentos díspares que ressurgiam com voracidade se alinhando com
sede de aproximação. Algumas vezes o desencontro traía impiedosamente a
intenção, porém, a curiosidade e o sentimento de estar vivo era mais forte e a
construção não parava. Apenas dava um tempo para a calma reinar e a respiração
abrandar.
E assim foi sendo feita a passagem, com cada peça se
encaixando uma na outra, selada pela mistura composta de sensibilidade, de
alegria, de riso infantil, de olhar brejeiro com intenções não reveladas. Para fazer
a liga, lágrimas de riso da piada repentina. Desenhada a ponte tijolo a tijolo
ladrilhada com os entretons da espera e da vontade de acertar.
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