Cabeça baixa, andando para trás e para o lado, não andava
lá muito consciente e atrapalhada não estava dando conta do recado. Levantar o olhar pesaria demais, então,
resolvi que esgravatar no chão era minha única saída, e continuei naquela lida
infame, dando murros no invisível e minha compreensão descendo ladeira abaixo.
Parecia que não havia saída e nenhuma porta estava aberta
naquele momento, com a vida desancando seu mau humor, obstruindo pensamentos,
travando os calcanhares.
Como tudo sempre tem um jeito, o destino se revoltou e
interveio com sua sabedoria me assoprando no ouvido. Surpresa, pedi ajuda a um
anjo violento que passava perto.
Com um simples golpe de misericórdia tratou de me abrir
os olhos na porreta destinando sua verve diretamente ao ponto e à solução.
Estropiada, em segundos, passei de caranguejo a
peixe-espada nadando contra a corrente para vencer a corrida do acaso.
Quem sabe, sabe.