Que os ventos são quentes por estes lados do mundo marítimo já se sabe parecendo uma eternidade o império do calor nestas paragens em que o canto airado dos pássaros ecoa desde a madrugada fazendo um conjunto de som com todo tipo de buzina folclórica do passa passa de rua no verão praiano.
Fui surpreendida por um aparente perfume no ar que não era feito de flores, nem provinha da maresia deliciosa das franjas volúveis das ondas do mar, mas sim, de certa brisa de bom tom que perpassa invisível pelos corredores e, ouso dizer sem errar, que provêm da singeleza e inquietude das duas Amélias que se avizinham a mim.
De um lado e de outro letras parecidas soam pelos caminhos diferentes, mas comuns, sugerindo sempre o mesmo tom com bordas de sorrisos e bom humor, mesclando o breve ar fresco com o calor senegalês da rotina marítima, provavelmente uma decorrência da breve conversa que paira entre muros, algumas ligeiras e vibrantes para começar o dia, outras, de confiança no que for necessário pensar.
Fácil enxergar o mundo intuitivo que precede os passos
das duas Amélias que iguais, são diferentes, parecendo haver uma linha
invisível na característica da personalidade de cada uma, que decidiram
escolher para si a que mais combina e deste modo as duas Amélias avizinhadas
singram as areias da praia, as ruas da cidade e as águas do mar com a segurança
emocional da independência de apenas ser.