Passou por mim como um raio, um vislumbre, um meteoro, mas por certo que entendi rapidamente que era apenas um lugar de passagem, mesmo que visto pelo buraco da fechadura e aparentemente sem sentido neste ermo do pensamento. Arrisquei-me a lançar um olhar corajoso que abrisse o leque do que parecia ser uma jornada sem companhia por um caminho inóspito tal qual um vazio mental.
A impermanência do tempo responde com maus modos ao ser desafiado a ter compostura na contagem dos segundos que se faz necessária para investigar as cápsulas do tempo que estão distribuídas na trilha formada por tuneis de tesouros muito bem guardados. A reflexão imperativa deixa de lado qualquer dúvida ao que vai surgir depois de tomar conhecimento da passagem que não se constitui morada.
Abertas as comportas do infinito que se descortina em frente seguir com pés alados pairando na infinitude da metáfora eleva o pensamento sem sentido no propósito de tornar a solitária jornada repleta de descobertas escondidas, talvez propositalmente, apenas aguardando ser desvendada com a intenção de se tornarem realidade brilhante, com os pés no chão e pensamento em alfa. Tudo pode acontecer neste deserto da alma que mesmo sendo de passagem abriga os sentimentos dentro de uma tapera momentânea e de merecimento.
Sem perder mais tempo neste
ambiente gelado a escalada de sentido é premente e os degraus que vão surgindo
pouco a pouco dando o norte para que agora tudo o mais se esclareça sem deixar
nenhuma dúvida, nenhum ponto de interrogação, apenas a paz do espirito afoito
que insiste em andar pelo deserto da temporada em curso.