Deve haver um veio de demolidor muito forte na personalidade
de um pedreiro pois o decujo está sempre juntando suas armas pesadas, cobertas
de cimento e tinta e de tão usadas se adivinha um caminho pregresso de muitas
paredes derrubadas.
É assim, armado, que o cara entra na vida de quem quer
arrumar seu refúgio. Estranhamente, ficamos animados e começa uma operação
tolerância zero para os pertences. Estes, sob a nova égide do oleiro, são peças
que atrapalham e com seu olhar enviesado vai chutando para todo o canto o que
lhe aparece no caminho.
Melhor vazar a traquitana então.
E, quando os espaços estão nus se cobrem de uma certa
tristeza pois afinal se foi quem lhe dava utilidade de existir. Mas, não tem
jeito, com este maluco dentro de casa só se pode esperar depredação. Então
percebi, certamente tarde demais, que o pior em uma obra não é a sujeira que se
faz acontecer mas sim a espera do fim do suplício.
Mas, engraçado, a cada dia uma nova idéia surge, mais um
prego ali, um furo acolá, empareda um buraco, abre outro e lá se vão os dias em
uma contagem absurda de quem vai fazendo sem pensar antes.
Tal como a vida da gente quando vamos juntando os caquinhos
de acordo com quem está demolindo na frente.
Acho que terei que procurar um amassa barro da alma.
Escrever para viver e viver para escrever. A inspiração é o meu objeto de desejo a cada amanhecer e assim minha alma fica fortalecida no encontro do silêncio e da natureza marítima. Leiam com bons olhos! Mail para contato: verarenner43@gmail.com Vera Lucia Renner
sábado, 6 de agosto de 2011
Pedreiro
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